quarta-feira, 21 de setembro de 2011

Dilma pede solução para a crise e defende a criação do Estado Palestino na ONU

A presidenta Dilma Rousseff abriu nesta quarta a Assembleia Geral das Nações Unidas, em Nova York. Dilma exaltou o fato de ser a primeira mulher a abrir uma Assembleia e enfatizou a necessidade de uma solução global para a crise econômica mundial.

Outro ponto importante do discurso de Dilma foi a defesa da criação de um Estado Palestino, além da crítica a repressão a civis. A presidenta voltou a pedir uma reforma do Conselho de Segurança e a defender o direito do Brasil ter um assento permanente no CS.

Crise econômica
Segundo Dilma, o mundo vive um momento delicado, mas de grande oportunidade histórica. Ela afirmou que, se a crise econômica global não for debelada, pode se transformar em uma ruptura "sem precedentes", capaz de provocar sérios desequilíbrios entre as pessoas e as nações. "Ou nos unimos todos e saímos vencedores, ou sairemos todos derrotados." Menos importante é saber quem foram os causadores dessa situação, de acordo com ela.

"Importa sim, encontrarmos soluções coletivas, rápidas e verdadeiras. Essa crise é séria demais para que seja administrada por uns poucos países. Seus governos e bancos centrais continuam na responsabilidade da condução do processo, mas sofrem as consequências da crise, todos os países. Portanto, têm direito de participar das soluções."

A presidenta afirmou ainda que a crise econômica global é uma oportunidade histórica para que haja um novo tipo de cooperação entre países emergentes e desenvolvidos. Segundo ela, os países emergentes estão prontos a ajudar os países desenvolvidos a sair da crise. Ela disse que faltam recursos políticos para o "mundo velho" e citou o desemprego como uma "praga".

"Enquanto muitos governos se encolhem, a face mais tenebrosa da crise, o desemprego, se amplia - afirmou, citando o desemprego na Europa e nos Estados Unidos. - É preciso combater essa praga e evitar que se espalhe."

Dilma afirmou ainda que é preciso impedir a manipulação do câmbio em políticas expansionistas e o protecionismo comercial. "O protecionismo e todas as formas de manipulação conferem maior competitividade fraudulenta. Senhor presidente, o Brasil está fazendo sua parte. Com esforço e muito sacrifício, o nosso mais país está tornando menores os gastos público" disse.

Conselho de Segurança
A presidenta defendeu nesta que a legitimidade do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas depende cada vez mais de sua reforma e que o Brasil está pronto para assumir suas responsabilidades como membro permanente. "A discussão [sobre a reforma do CS] entra em seu 18º ano. O mundo precisa de um Conselho que reflita sua realidade", afirmou.

Estado Palestino
Como esperado, Dilma defendeu a criação de um Estado Palestino. "Chegou o momento de ter representada a Palestina a pleno título", afirmou, deixando clara a posição do Brasil em meio a intensas negociações para evitar uma crise diplomática pelo pedido de adesão dos palestinos à ONU.

Segundo ela, o reconhecimento do Estado palestino ajudará a obter uma "paz duradoura no Oriente Médio", e assinalou que "apenas uma Palestina livre e soberana" poderá atender aos pedidos de Israel por segurança.

Mulheres
Primeira mulher a discursar na abertura da Assembleia-Geral, Dilma lembrou o fato em sua fala e se disse orgulhosa. "É a voz da democracia e da igualdade se ampliando nessa tribuna, que tem compromisso de ser a mais representativa do mundo." E destacou: "Vivo este momento histórico com orgulho de mulher. Tenho certeza que este será o século da mulher."

*Com informações de agências internacionais

segunda-feira, 5 de setembro de 2011

Entrevista com a banda Ação Direta p/ site Monophono confiram na integra:

ENTREVISTA COM A BANDA AÇÃO DIRETA: NOVO DISCO, NOVO CLIPE E SHOW GRATUITO





Prestes a completar 25 anos de carreira sem interrupções, a banda Ação Direta já tem um currículo invejável para uma banda independente. shows pelo Brasil, Argentina e Europa, mudanças na formação, vários álbuns lançados, participação em várias coletâneas e uma história de atitude, persistência e integridade a música pesada, tendo sempre trilhado os caminhos do underground. Para esse início de semestre a banda já chega com novidades, a começar pelo clipe da música “Zeitgeist” – que fará parte do novo disco do Ação Direta.
Conversamos com Gepeto - Vocalista do Ação Direta sobre planos futuro, vinil, Zeitgeist, novo disco, shows, turnês e muito mais.
Confiram abaixo a entrevista realizada por este editor em parceria com nosso colaborador Alexandre Bury:

1.Monophono: O que a volta do guitarrista Pancho acrescentou para as novas composições do Ação Direta?Gepeto: A volta do Pancho fortaleceu a familia AÇÃO DIRETA e nos trouxe inspiração e animo novo para seguirmos nossas carreiras. Ele trouxe toda sua experiência musical e pessoal para somar e contribuir e tem sido especial tocarmos juntos novamente !!! Desde sua volta em 2007, temos feito inúmeros shows pelo Brasil tocando nossos sons clássicos e estamos nesse momento compondo juntos o material para o novo álbum a ser gravado em 2012. Mais uma vez ele está contribuindo com excelentes idéias e composições matadoras!!! AGUARDEM !!! Posso afirmar que todos na banda e todos amigos e familiares ficaram felizes com o retorno e a história continua.



2.Monophono: É perceptível uma evolução brutal na sonoridade da banda com o passar dos anos. Porém, discos como “Intervenção” e “Entre a Benção e o Caos” mostram um lado mais alternativo do Ação Direta, com a inserção de instrumentos de percussão, guitarras mais trabalhadas e uma levada diferente do hardcore. Pode-se esperar músicas com alguma dessas caracteristicas para esse novo disco?

Gepeto: Somos ao mesmo tempo compromissados com o peso do HARDCORE e do METAL e também livres para inspirações e experiências sonoras. Assim vai surgindo cada composição. Posso dizer que o material novo mantém a fidelidade da banda, traz algumas influências dos álbuns anteriores e também uma cara nova !!! Essas influências novas estão se encaixando perfeitamente !!!
Nunca repetimos fórmulas e essa é a nossa característica principal. Nenhum álbum soa parecido com o outro e não será diferente agora. Acontece naturalmente.

3.Monophono: No próximo ano o Ação Direta comemora 25 anos de existência sem interrupção, o que é um grande feito para uma band a independente. Além do lançamento do novo disco, quais são as novidades que farão parte da comemoração de aniversário da banda?

Gepeto: Nosso foco é o álbum novo !!! Nossa prioridade no momento é finaliza-lo. Ele será o “punta pé” inicial e vai determinar o futuro. Pretendemos fazer shows comemorativos pelo Brasil e interior e chegando em lugares em que ainda não estivemos e visitando outros por onde já passamos. Vamos ver onde este álbum e essa nova fase vão nos levar. Quem sabe uma nova tour pela Europa, shows pela America do Sul… Enfim…Vamos por partes !!! Também focaremos na produção do documentário sobre os 25 anos da banda e a cena do ABC Paulista. Será um trabalho coletivo , desafiador e muito importante e que vai exigir muito de todos os envolvidos, mas creio que o este é o momento certo e especial!!!

4. Monophono: A banda acabou de lançar um clipe para a música “Zeitgeist ” que é o primeiro single do novo disco do Ação Direta. Qual a relação da banda/músicos com o Movimento Zeitgeist?

Gepeto: Assistimos o documentário e achamos muito legal. Creio que houve uma identificação imediata por que muitos dos tópicos abordados lá, batem com nossos pontos de vista e nossas opiniões. Isso nos inspirou muito. Não temos nada a ver com “movimentos” ZEITGEIST ou algo parecido, preferimos incentivar as pessoas a assitirem com o intuito de absorverem informações
importantes, ter contato com pontos de vista diferentes e serem incentivadas a refletirem sobre si mesmas e sobre a sociedade em que vivemos. É isso que importa e se encaixa no conceito do novo álbum. Temos rabalhando em cima de outros documentários também que estarão presentas em diversas faixas do novo trabalho de uma fora direta, explícita ou apenas com colagens de idéias, pensamentos, reflexões.

Dentre eles posso destacar:

SINDICATE:THE BUSSINESS BEHIND GETTING HIGHT
LA SERVIRDON MODERNE
DOUTRINA DO CHOQUE
CORTINA DE FUMAÇA
ZEITGEIST

Esse material tem sido de peso forte na parte temática das novas composições !!! E é isso que nos da a certeza de que ainda temos muito a oferecer ao publico e ao estilo !!! Posso afirmar que o álbum vem a altura e vai representar a marca de 25 ANOS de
estrada sem paradas !!!

5.Monophono: Como é compor/lançar material novo nesse 2011 tão afeito a publicidade e tão afetuoso com o descartável?

Gepeto: Compor material novo tem sido algo muito especial e prazeroso. Nosso ultimo álbum MASSACRE HUMANO foi lançado em 2006 e desde então não lançamos nada novo. Esse material marca o inicio de uma nova fase para a banda que continua trabalhando de forma independente a base do Do It Youself. Em meio a toda essa fase horrível do rock a nível mundial o publico para o som pesado continua fiel e continua apoiando bandas com o a AÇÃO DIRETA e sinceramente é muito gratificante ter uma proposta original e um estilo próprio em meio a tantas cópias baratas, modismos , repetições , amadorismos, pagação de pau e lixos descartáveis.

6.Monophono: Quais são as influências literárias e musicais na hora de escrever/compor as músicas do Ação Direta?

Gepeto: Na parte de letras basicamente experiências pessoais, existencialismo, cotidiano. criticas sociais , temas libertários , cinema e por ai vai… Na parte musical posso dizer que no geral muito HARDCORE , THRASH METAL , DEATH METAL , GRIND CORE , CRUST PUNK , PUNK ROCK e algumas bandas alternativas.

7.Monophono: A prefeitura de São Bernardo do Campo, em seus eventos culturais, sempre priorizou shows com apelo popular, trazendo para a cidade duplas sertanejas, grupos de pagode e músicos da MPB. Domingo próximo, dia 04/09 acontece na cidade um show voltado para o som extremo, patrocinado pela prefeitura e que faz parte ainda das comemorações de aniversário da cidade. Neste show além do Ação Direta se apresentarão nomes de peso como Necromancia, Social Chaos, Bioface, Forka, entre outros grandes nomes. Como rolou o convite para um evento desse porte?

Gepeto: Já a alguns anos o pessoal que está trabalhando no departamento de cultura da cidade tem se mostrado muito eficiente e abrangente nas ações culturais por toda a cidade. E isso significa também valorizar e apoiar a excelente cena rock de São Bernardo e de toda a região do ABC, que detém nomes de peso e respeito. Somos a banda mais antiga da cidade em atividade sem nunca ter parado e sempre levamos com muito orgulho o nome da cidade e de toda a região do ABC conosco. Já fizemos shows na Argentina, 04 Tours pela Europa somando apresentações em países como Portugal , Espanha, França , Holanda , Bélgica , Alemanha , Áustria ,
Republica Tcheca , Eslovénia , Suíça e Croácia. Para bandas como a nossa, é CRUCIAL esse reconhecimento por parte da Prefeitura e
estamos tendo esse feedback deles e creio que podemos dizer o mesmo da parte deles em relação a nós.

8.Monophono: O site Monophono tem um foco especial no formato de música em vinil. Há a previsão de lançamento do novo disco também em vinil aqui no Brasil via Bombardeio Distro?

Gepeto: Ainda é cedo para te dizer algo sobre isso. Não sabemos ainda quem irá lançar o álbum e em quais formatos. Com certeza em CD e LP, além de downloads pela internet. Mesmo que aqui no Brasil seja inviável os preços para a produção do formato vinyl,
temos contatos com selos europeus e isso pode vir a viabilizar uma edição em LP com certeza. Estamos planejando iniciar as gravações em Janeiro de 2012 e trabalhando duro para isso. Posso adiantar aqui alguns títulos de musicas : LA FIESTA ! / SOB OUTROS CÉUS / DESCONSTRUÇÃO / USELESS COMPLEX / MANIFESTO , entre outras.

9. Monophono: Agradecemos pela entrevista concedida ao site Monophono e nos encontramos no domingo.

Gepeto: Satisfação amigos. Grato pelo espaço e oportunidade !!!


VISITE: WWW.MONOPHONO.COM.BR

domingo, 4 de setembro de 2011

Ciência Engajada - Entrevista c/ a Profª Raquel Rigotto da Universidade Federal do Para sobre alimentos contaminados por agrotóxicos

Ciência engajada

Universidade Pública
Revista mensal da Universidade Federal do Ceará (UFC)

Por Gustavo Colares


Entrevista com a profa. Raquel Rigotto

O Brasil acostumou-se a vitórias e conquistas no Esporte que dão orgulho a qualquer cidadão brasileiro. Desde 2008, porém, o País é dono de um título nada honroso para quem, já na próxima década, deve ocupar a cadeira da 5ª maior economia do planeta. Segundo dados da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO), somos a nação que mais consome agrotóxicos e fertilizantes químicos no mundo. É mais de um milhão de toneladas por ano.

Por trás do aquecimento de nossa economia, em que as commodities ocupam lugar de destaque no saldo da balança comercial brasileira, uma realidade nem sempre tangível pelas autoridades: o uso sem medida de agrotóxicos por grandes grupos empresariais e também pequenos agricultores, às vezes esquecidos pelos órgãos que deveriam oferecer capacitação técnica. É o que denunciam ativistas ambientais e pesquisadores como a Profª Raquel Rigotto, do Departamento de Saúde Comunitária da Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Ceará.

Ela coordena o Núcleo Trabalho, Meio Ambiente e Saúde para a Sustentabilidade (Tramas), grupo de pesquisa com forte atuação científica e engajada em municípios do interior cearense que recebem grandes empreendimentos industriais. Não foi à toa que o Tramas se envolveu ativamente em estudo sobre os danos da utilização intermitente de agrotóxicos na saúde de trabalhadores e no meio ambiente, depois que José Maria Filho, um dos principais críticos de Limoeiro do Norte ao modelo do agronegócio da Chapada do Apodi, foi morto com 19 tiros nas proximidades do aeroporto de onde saem os aviões para a pulverização dos bananais da região.

Em 2009, Rigotto foi interpelada judicialmente por uma indústria fabricante de fertilizantes, de Maracanaú, por comprovar, numa pesquisa, os males causados à saúde de uma comunidade em virtude da negligência da gestão da empresa em seu sistema de ventilação e exaustão. O apoio das instituições acadêmicas à pesquisadora não tardaria. A Associação Brasileira de Pós-Graduação em Saúde Coletiva, o Conselho Nacional de Saúde, o Sindicato dos Docentes das Universidades Federais do Estado do Ceará, a Conferência Estadual de Saúde Ambiental e a Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência, entre outras entidades, se manifestaram publicamente em defesa do saber científico.

A seguir, o leitor conhecerá uma ciência comprometida, sem deixar de lado o rigor da produção de conhecimento. Uma ciência transdisciplinar que encontra as classes sociais mais vulneráveis, procura reaprender os tradicionais saberes construídos e reconhece a interdependência entre a Natureza e os seres vivos. Para Raquel Rigotto, um compromisso pela construção de uma sociedade de fato sustentável, que prima pela justiça socioambiental.

UP – Segundo a FAO, o Brasil é o maior consumidor no mundo de fertilizantes químicos. Quantas toneladas de agrotóxicos o brasileiro consome anualmente e onde o Ceará se encaixa nessa realidade?

Raquel Rigotto – O Brasil é o campeão mundial de consumo de agrotóxicos desde 2008. Naquele ano, foram 673 mil toneladas consumidas, mas em 2010 ultrapassamos a casa de 1 milhão de toneladas. Esses dados de 2008 mostram que em torno de 350 mil toneladas são para o cultivo da soja, em torno de 100 mil toneladas são do cultivo de milho e 50 mil toneladas destinam-se às plantações de cana, para o etanol. Só nesses três monocultivos, que são commoditiesimportantes dentro do atual modelo de modernização agrícola e desenvolvimento no campo, nós já temos mais de 70% desse volume de agrotóxicos consumido no País. No Brasil, há mais de mil produtos comerciais de agrotóxicos diferentes, que são elaborados a partir de 450 ingredientes ativos, aproximadamente. O Ceará apareceu no Censo Agropecuário do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) de 2006 como o quarto estado brasileiro em número de estabelecimentos que utilizam agrotóxicos, o que é diferente de ser o quarto que mais consome. Agora, não temos dados muito precisos porque a obrigação do controle, do fluxo de agrotóxicos em cada estado, de acordo com a lei federal, cabe ao órgão estadual de meio ambiente e de agricultura.

E aqui, no Ceará, infelizmente, não estamos tendo esse controle. O que se tem é um cadastro dos produtos que são autorizados de serem vendidos e dos estabelecimentos comerciais autorizados, mas não um controle anual ou trimestral do consumo, das vendas, da circulação, de onde está sendo usado, os implicativos e em quais cultivos. Isso, do ponto de vista da saúde, é lamentável. Faltam informações até mesmo sobre em que capacitar os profissionais de saúde, porque cada produto tem a sua nocividade.

Foi por causa disso que decidimos buscar algum tipo de informação na Secretaria da Fazenda do Estado do Ceará, pensando que, pela taxação, poderia haver, pelo menos, uma informação de volume. Lá conseguimos algo mais grave: descobrir que no Ceará os agrotóxicos são isentos de impostos. Há uma legislação federal que reduz esse imposto a 60%, mas os estados podem ampliar esse "benefício” às empresas.

UP – Quando se fala em isenção fiscal, lembramos do lobbydas empresas (fabricantes e das que utilizam agrotóxicos) junto a parlamentares e governos. Como combater isso?

RR – É importante compreendermos que os agrotóxicos hoje se caracterizam como problema de saúde pública, exatamente porque eles são a expressão de um modelo de desenvolvimento para o campo baseado numa agricultura empresarial, tecnificada, centrada no monocultivo em grande escala, voltado para a exportação e químico-dependente, no que diz respeitos aos fertilizantes e agrotóxicos. Trata-se de mostrar que os agrotóxicos não são apenas um risco químico que deve ser controlado, mas que eles são parte da lógica de um modelo de desenvolvimento que precisa ser, pelo menos, explicitado para a população.

E também é necessário "desocultar” os danos desse modelo, porque ele é apresentado como o que tem alta produtividade, aquele que vai resolver o problema da fome – e hoje se fala com a boca cheia em segurança alimentar, quando na verdade estão sendo produzidos commodities, e não alimentos para a população –; e também compreender os impactos que geram para o meio ambiente e para a saúde. No caso do meio ambiente, há contaminação das águas, por exemplo.

UP – Nesse sentido, o Núcleo Tramas realizou um estudo na Chapada do Apodi, na região do Baixo Jaguaribe.

RR – Colhemos 23 amostras de água, tanto superficiais quanto profundas e subterrâneas do Aquífero Jandaíra, como também a água que abastece as casas das comunidades. E, infelizmente, não encontramos nenhuma amostra sem agrotóxico – as análises foram feitas pelo Departamento de Química Orgânica da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). A Companhia de Gestão de Recursos Hídricos (Cogerh) também fez análise de águas lá. Ela colheu dez amostras de água do Aquífero apenas, mas seis delas estavam contaminadas; 60% de um aquífero que se estende de Limoeiro do Norte até quase Touros, no Rio Grande do Norte. Essa contaminação da água é muito grave.

UP – José Maria Filho, um dos principais críticos do agronegócio jaguaribano, foi morto com 19 tiros nas proximidades do aeroporto de onde saem os aviões para a pulverização dos bananais da região.

RR – De fato, outra questão é a pulverização aérea, que culminou com o assassinato do Zé Maria, liderança do Tomé, de Limoeiro do Norte. A pulverização aérea, segundo a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), apresenta uma deriva técnica própria. Por exemplo, 32% do que é pulverizado adere às folhas do cultivo a que se destina, 49% cai no solo e os 19% restantes permanecem no ar, que vai para o que está em volta, dependendo da direção e da velocidade dos ventos, da temperatura, de uma série de fatores. Quando você vê o mapa da Chapada do Apodi, verá uma contiguidade entre empresas de monocultivo de frutas para exportação e comunidades que estão lá há muito tempo. Então, a contaminação pelo ar dessas comunidades leva a muitas queixas, como problemas respiratórios, dermatológicos e até aborto.

"Em 2010, os resultados do PARA
informaram que 29% das amostras analisadas
foram consideradas inadequadas. O alimento
mais contaminado foi o pimentão.”

UP – Que doenças são observadas a partir do contato com agrotóxicos?

RR – Os agrotóxicos têm dois grandes grupos de impactos sobre a saúde. O primeiro é o das intoxicações agudas, aquelas que acontecem logo após a exposição ao agrotóxico, de período curto, mas de concentração elevada. Por exemplo, quando se pulveriza uma plantação com aplicador costal, trator ou aérea. Esse tipo de intoxicação gera um quadro clínico que pode variar da dor de cabeça, náusea, alergias cutâneas e ardor na pele e nas mucosas das vias áreas superiores até convulsão, coma e morte. Fizemos um estudo epidemiológico com uma amostra composta de 545 trabalhadores, estratificados de acordo com o segmento do agronegócio – empregados do agronegócio, pequenos agricultores e seus empregados e trabalhadores do assentamento Bernardo Marinho, do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), e de uma comunidade em transição agroecológica, chamada Lagoa dos Cavalos, ambos situados no tabuleiro de Russas. Observamos que 33% desses trabalhadores têm relatos de quadros compatíveis com uma intoxicação aguda em algum momento de sua história pregressa. Desses, 54% sequer procuraram assistência médica, trataram-se sozinho em casa: tomando leite, tomando água, benzendo-se, o que nos aponta a fragilidade das estatísticas oficiais sobre intoxicação.

O segundo grande grupo de impactos dos agrotóxicos sobre a saúde é o dos chamados efeitos crônicos, que são muito ampliados. Temos o que se chama de interferentes endócrinos, que é o fato de alguns agrotóxicos conseguirem se comportar como se fossem o hormônio feminino ou masculino dentro do nosso corpo; enganam os receptores das células para que aceitem uma mensagem deles.

Com isso, se desencadeia uma série de alterações – inclusive má formação congênita; e hoje está provado que pode ter a ver com esses interferentes endócrinos.

Pode ter a ver com os cânceres de tireóide, pois implica no metabolismo. E cada vez temos visto mais câncer de tireóide em jovens. Pode ter a ver com câncer de mama. E também leucemias, nos linfomas. Fizemos um estudo com base nos dados do Instituto do Câncer do Ceará, de 2000 a 2006, separando todos os casos de câncer do Estado, entre agricultores e não agricultores. Para esses dois grupos, consideramos 23 localizações anatômicas de câncer e os agricultores apresentaram mais câncer em 15 delas.

Tem alguns agrotóxicos que já são comprovadamente carcinogênicos. Também existem problemas hepáticos relacionados aos agrotóxicos. A maioria deles é metabolizada no fígado, que é como o laboratório químico do nosso corpo. E há também um grupo importante de alterações neurocomportamentais relacionadas aos agrotóxicos, que vão desde a hiperatividade em crianças até o suicídio.

UP – E os alimentos que compramos nos supermercados? É feito algum tipo de controle?

RR – A Agência Nacional de Vigilância Sanitária tem o Programa de Análise de Resíduos de Agrotóxicos em Alimentos (PARA). Desde 2008, ele cobre todos os estados do Brasil. São analisados cerca de 30 produtos – frutas, legumes, verduras e cereais mais comuns na alimentação do brasileiro –, colhidos, em amostras, nos supermercados. O Programa busca nesses alimentos em torno de 120 ingredientes ativos de agrotóxicos. As amostras são analisadas em cinco laboratórios de referência no País e os resultados são publicados anualmente, que apontam dois grandes grupos de problemas. Um são aqueles alimentos que têm um teor de agrotóxico superior ao que é considerável aceitável. A outra alteração que pode aparecer é a presença de princípios ativos não adequados àquele cultivo.

Em 2010, os resultados informaram que 29% das amostras analisadas foram consideradas inadequadas e o alimento mais contaminado foi o pimentão. Mas o PARA tem um ponto frágil. Se uma cenoura tem mais veneno do que pode, quem produziu ela? Que na mesma semana o produtor saiba e que essa cenoura seja retirada do supermercado para que ele sinta uma consequência. É preciso construir toda a rastreabilidade disso.

UP – Que tipo de assistência técnica deveria ser dado a agricultores e trabalhadores do campo?

RR – O IBGE mostrou que a assistência técnica pública cobriu apenas de 20% a 30% dos estabelecimentos e, em média, estabelecimentos que têm 220 hectares, ou seja, os enormes. Os pequenos agricultores, que também produzem alimentos que vão à mesa, não têm tido acesso a essa assistência técnica. Eles chegam ao balcão da loja, que empurra para eles o agrotóxico que está pagando a comissão maior. Não posso acusar ninguém, mas o receituário agronômico – previsto na legislação federal, que indica a visita de um agrônomo a uma plantação, identifica a praga, o cultivo, o endereço, o proprietário, prescreve a primeira e segunda escolhas em termos de agrotóxicos, a forma de aplicação, a concentração, a frequência e a duração e os cuidados que devem ser tomados – não tem sido seguido. O que existe hoje no Brasil? Se você tem R$ 5 ou R$ 100 mil no bolso e quer comprar tudo em veneno, você chega em uma loja e compra. E as grandes empresas passam fora desse circuito, pois compram direto da fábrica, em grande escala, têm o seu agrônomo e não há lei que as obriguem a cumprir o receituário agronômico.

UP – O Tramas também realizou pesquisas no Pecém. O que motivou a ir até lá?

RR – Em 2007, quando o Governo Lula lançou o primeiro Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), eu participava do Conselho Nacional de Saúde. Quando vi o projeto do PAC, a primeira coisa que pensei foi nos impactos em termos da saúde ambiental e da saúde do trabalhador, e na fragilidade das instituições e políticas públicas para dar suporte àquilo tudo. A partir disso, fizemos um projeto de pesquisa pegando uma situação concreta do PAC aqui no Ceará, o Complexo Industrial e Portuário do Pecém. Coincidiu que nesse momento o Tramas foi solicitado pelo Ministério Público Federal (MPF) a fazer uma avaliação do termo de referência para o estudo de impacto ambiental de uma termelétrica de carvão mineral que seria instalada lá. Lá existe uma comunidade anacé importante, onde metade das 750 famílias se reconhece como indígena. Quando vimos a ameaça de não só uma termelétrica a carvão mineral, mas quatro, que é a pior alternativa de combustível para uma termelétrica – e isso é aceito pelo órgão ambiental –, começamos a pautar esse estudo também para ajudar o sistema de saúde local a enxergar, antecipar e informar riscos que podem acontecer.

A gente acompanhou a chegada de uma dessas termelétricas, o processo de ameaça de remoção das comunidades, como isso implicou em crises depressivas e hipertensivas, em acidentes vasculares cerebrais. E também toda a chegada dos novos trabalhadores – alojados em casas com 30, 40 homens –; as condições de trabalho; e toda a questão do carvão mineral, que está vindo da África e está sendo transportado por correia, construída causando desmatamento, passando por cima de dunas, aterrando lagoas. A poeira que sai do carvão mineral é altamente nociva, não somente para quem trabalha na mina como para quem o manipula e para quem também está no entorno e respira essa poeira. Sem falar no ruído que as máquinas geram, a contaminação atmosférica – inclusive de gases do efeito estufa – e de efluentes líquidos, principalmente a partir de metais como mercúrio, cádmio e tungstênio, que irão sair desse carvão mineral e podem contaminar os ecossistemas marinhos, biomagnificando peixes e comprometendo também o ser humano, na cadeia alimentar.

"Temos tido um retorno muito positivo desse tipo
de ciência que temos tentado fazer, uma ciência
engajada. Nas articulações com os movimentos
sociais, procuramos compreender nosso papel
enquanto academia.”


UP – Que outros estudos foram feitos no Interior do Estado?

RR – Recebemos, ano passado, umchamado da Cáritas, da Diocese de Sobral, para discutir sobre o urânio, pois eles ficaram sabendo que a mina de Itataia, na região centro-norte do Estado, seria ativada e queriam conhecer esse tema. Então iniciamos um diálogo mais para compartilhar as informações, participando de um seminário e de uma audiência pública na região. Também fizemos de uma disciplina de pós-graduação um laboratório coletivo junto a alunos e atores locais que convidamos à participação, como lideranças do MST, da Cáritas etc. Foram três eixos. O primeiro referiu-se ao licenciamento ambiental da mina, que está em curso, em contrapartida a uma proposta da Rede Brasileira de Justiça Ambiental que se chama Avaliação de Equidade Ambiental, uma metodologia para introduzir a perspectiva dos impactados pelo empreendimento no Estudo de Impacto Ambiental (EIA). O segundo eixo foi o das políticas publicas de saúde, de novo pensando no que cabe ao SUS e aos agentes comunitários de saúde fazer com essas comunidades. E um terceiro que dizia respeito à comunicação de risco, como se discute com as comunidades do entorno esse risco, afinal o urânio não tem cor, não tem cheiro, não é palpável, é uma radiação, uma energia. Em atividade de campo, fomos a uma comunidade do entorno da mina, chamada Riacho das Pedras, e passamos dois dias conversando com ela sobre aquele território, as águas, os rios, as possibilidades de fluxos de contaminação, as estradas. O EIA diz que não mora ninguém lá perto, mas nós identificamos 19 comunidades. É preciso evitar que isso seja um impacto muito negativo sobre aquelas pessoas, mas não somente dessa região, mas também de Santa Quitéria, Itatira, Canindé, Madalena... O yellowcake, o licor do urânio, será transportado de lá para o Porto do Pecém – não se sabe ainda se por rodovia ou ferrovia, mas são cerca de 200 km de risco de um derramamento.

UP – De que forma o Núcleo Tramas se articula na sociedade e como pensa a ciência?

RR – Tratar de doenças é algo necessário, que será sempre feito e que bom que há pessoas com essa vocação! Mas compreender que boa parte das doenças é produzida a partir da maneira como a sociedade se organiza, se relaciona com a natureza e promove as relações entre as classes sociais, é algo que dá para a gente a possibilidade de trabalhar para reduzir o sofrimento humano e produzir saúde. O Tramas nasce exatamente da necessidade em compreender que a saúde tem uma inter-relação muito profunda com o trabalho, com o meio ambiente, com o modelo de desenvolvimento, com os processos de produção e consumo, com a cultura. Portanto, para promover saúde numa perspectiva mais ampliada, dependemos de um diálogo muito profundo com outros campos do conhecimento, por meio de um diálogo com outros saberes, outras cosmovisões.

Temos tido um retorno muito positivo desse tipo de ciência que temos tentado fazer, uma ciência engajada. Nas articulações com os movimentos sociais, procuramos compreender qual o nosso papel enquanto academia, que entende a sua função enquanto universidade pública, estando sempre ligada à produção do conhecimento.

UP – Em relação ao estudo feito em Maracanaú, a senhora e a Islene Rosa, outra pesquisadora do Tramas, foram interpeladas judicialmente devido às conclusões dessa pesquisa.

RR – A comunidade lutou de 1993 a 2004 para descobrir que existia o Ministério Público. Sentia cheiro de rato podre nas latas de alimentos, sem conseguir jantar, com gente utilizando máscara em casa. O MP, então, fez um pedido de estudo à Semace, que concluiu que estava tudo bem. Depois, solicitou outro estudo à UFC, e o Reitor René Barreira assinou uma portaria designando os professores Jeovah Meireles e Auri Pinheiro e eu para fazermos. Islene Rosa estava entrando no mestrado, e eu propus a ela nos ajudar. O laudo, contendo o estudo do processo de trabalho na empresa e seus riscos, com as informações geradas na comunidade, nos permitiu planejar a investigação dentro da empresa, feita com a força do MP. Concluímos que o sistema de ventilação e de exaustão de gases funcionava precariamente, para economizar energia. A empresa enchia os silos durante a noite com o produto que ia ser embalado no dia seguinte, para não perder tempo quando os trabalhadores chegassem de manhã. Só que ela desligava o sistema de exaustão dos silos.

Alguns contaminantes têm uma pressão de vapor que volatiliza naturalmente, sem precisar esquentar. Esses iam passando pela tubulação, formavam-se bolsões ao final e, quando o vento batia, o cheiro era jogado para a comunidade.

Entre esses contaminantes, havia duas substâncias, sendo uma delas cancerígena para animais – já comprovado –, e com suspeita de carcinogênese para humanos. Os efeitos dessas substâncias para a saúde humana se encaixam como uma luva com as queixas de saúde que a comunidade se referia: cefaleia, náusea, irritação nos olhos, alergia etc. A empresa soube e a partir daí entrou com a ação, em 2009. Atualmente somos protegidas pela Secretaria Especial de Direitos Humanos da Presidência da República. A comunidade acadêmica reagiu de uma forma muito bonita. O Ministério Público do Trabalho, no plano federal, fez uma nota de desagravo a nós, mostrando com base na legislação do servidor público, como nós cumprimos totalmente a nossa obrigação. Foram pelo menos 12 ações de apoio fortes. Hoje o processo encontra-se parado.

sábado, 3 de setembro de 2011

SAIU NO BLOG: COMBATE ROCK DO JORNAL DA TARDE MATÉRIA SOBRE O SHOW COM O TESTAMENT EM SÃO PAULO CONFIRAM



Testament dá uma aula de heavy metal em São Paulo
30 de agosto de 2011| 16h45|


Costábile Salzano Júnior – The Ultimate Press

Nem só de Metallica, Megadeth, Slayer e Anthrax vive o atual mainstream do Thrash Metal Mundial. Injustiçados por não fazer parte da aclamada turnê Big Four, o Testament, um dos grupos mais importantes de todos os tempos, recentemente encerrou a longa passagem pela América Latina, com apresentação devastadora no Carioca Club, em São Paulo.

A excursão que cruzou cidades do México, Equador, Colômbia, Venezuela, Chile e Argentina, também mostrou ao público brasileiro que a banda está mais viva do que nunca e não precisa de uma milionária reunião para continuar atraindo seus seguidores.

Após quatro anos sem vir ao Brasil, o Testament retornou ao país com a sua formação clássica – Chuck Billy (voz), Eric Peterson (guitarra), Alex Skolnick (guitarra) e Greg Christian (baixo) -, tendo Jon Allen (bateria Sadus) como convidado. Apesar do repertório ter sido consideravelmente curto, o espetáculo foi recheado de clássicos. Músicas como “The New Order”, “The Preacher”, “Practice What You Preach” “Over The Wall”, “Into the Pit”, “D.N.R. (Do Not Resuscitate)” e “3 Days in Darkness” e “Disciples of the Watch!” levaram o público ao delírio.

Dois fatos curiosos marcaram esta apresentação: a banda tocou apenas uma composição de seu último registro, “Formation of Damnation”, trabalho que recolocou o quinteto em evidência, e o grande número de pessoas que prestigiaram o evento. Recentemente, os shows internacionais em São Paulo tiveram média entre 200 e 400 pessoas.

Já no Testament, visivelmente mais de 900 expectadores presenciaram uma das melhores exibições de heavy metal do ano, até o momento. Sinal de que os produtores de eventos da cidade precisam repensar e analisar que não é qualquer atração que seduz o vasto público paulistano.

Atualmente, o Testament está trabalhando nas composições que farão parte do seu novo disco “The Dark Roots of Earth”, que deve sair em 2012. E Chuck Billy prometeu que ano que vem eles estão de volta.

Vale a pena ressaltar que, a abertura ficou por conta do Chaosfear. Fernando Boccomino (vocal/guitarra), Eduardo Boccomino (guitarra), Anderson de França (baixo) e Billy Houster (bateria) não sentiram o peso da responsabilidade. O quarteto desempenhou uma bela performance e acabou conquistando o respeito da exigente platéia com as suas próprias composições. Saíram de cena aplaudidos e com o dever de casa cumprido.

Set list: Testament – Carioca Club – São Paulo – 20/09/2011

Intro For The Glory Of…

1.More Than Meets the Eye

2.The New Order

3.The Preacher

4.Practice What You Preach

5.Over the Wall

6.Electric Crown

7.Into the Pit

8.Souls of Black

9.The Legacy

10.Burnt Offerings

11.D.N.R. (Do Not Resuscitate)

12.3 Days in Darkness

bis

13.Alone in the Dark

14. Disciples of the watch

domingo, 28 de agosto de 2011

domingo, 7 de agosto de 2011

RATOS DE PORÃO NO ESTÚDIO SOM LIVRE


Uma das maiores bandas de punk/hardcore do mundo, o Ratos de Porão completa 30 anos de carreira neste ano e foi o destaque do Estúdio Showlivre (www.showlivre.com) transmitido ao vivo no dia 28 de julho de 2011

Formada em São Paulo no início da década de 1980, participaram em 1982 do marco do punk paulistano, o festival O Cmeço do Fim do Mundo no SESC Pompéia.

A fase atual tem sido tão produtiva que o grupo nem pestaneja quando convidado a escolher o momento dos de carreira: "É o atual. Estamos no melhor momento do Ratos de Porão, com um puta pique no exterior, obtendo o respeito de todo mundo", dispara Gordo. "Atualmente, mesmo trabalhando de forma totalmente independente, acho que estamos na melhor fase do Ratos de Porão, a que fazemos mais turnês." Atualizado em 05/08/2011 às 15h32